domingo, 31 de agosto de 2008

a Verdade


Em ‘as’ onerosos que vinham subidos rápidos da boca do estomago, trepados pela garganta, chegando como límpido estrondo, ecoante. Na acústica da cavidade bocal finalizando-se, dos dentes entre abertos soltavam-se errantes, chispados pra fora em direção minha. Gritaram em minha face, e em seu reverso também,tudo o que era unilateralmente verídico.
Era grave ruído, ruído oriundo de corpos amorfos e satisfeitos dos objetos maduros, deglutidos, que começavam a fermentar. Não me agradava os sons desprendidos por eles à mim, mas habituei-me e concordo. Entendendo a posição assumida pela parte, também o faria se neste prato da balança tivesse tantos quanto do lado de lá. Mas perdi pendido aqui, meu prato vazio suspendendo-me.
Creio que os abjetos sazonados não faziam por mal mas, simplesmente, agindo contra azia pela qual passavam, pensavam assim formas baratas de aliviar-lhes os estômagos, apontar cá pra mim a culpa por toda a indigestão medonha de seus organismos falhos. Descarregavam o mal estar da barriga pesada, cedendo ao meu tempero, a causa culposa do caso.
Mal percebiam, quando falavam suas ásperas verdades sobre meus tons esverdeados, que as faces deles possuíam coloração amarela, não amarelo que precede a madureza do alaranjado e vermelho, tão estimado por eles, era o amarelo proveniente da bílis. As vesículas cansadas e obstruídas, em extravasamento retroativo, proporcionavam tais matizes aos respectivos. Eles eram, de mãos dadas, os monopolizadores da verdade e donos de um aspecto pavoroso

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