olho fixamente para o mar, constato:
o mar não se repete.
o que meu olho capta de sua amplidão?
me atraso
observo por horas sentada,
os pés fundo na areia, percebo:
o mar não se repete.
recorto com o olhar um pequeno momento de mar e
novamente não posso desvendá-lo.
mesmo em um breve pedaço de água em movimento,
enquadrado por meu estar demorado, aprendo:
o mar não se repete.
me captura a textura do mar, como se eu pudesse ver
o vento
não vejo.
olho fixamente para o mar, desisto:
minha compreensão do mar é um palpite,
intuo o mar
entendê-lo é assim
imediato.