quarta-feira, 21 de setembro de 2016

 olho fixamente para o mar, constato: 
 o mar não se repete.
 o que meu olho capta de sua amplidão? 
 me atraso
 observo por horas sentada,
 os pés fundo na areia, percebo:
 o mar não se repete.
 recorto com o olhar um pequeno momento de mar e
 novamente não posso desvendá-lo.
 mesmo em um breve pedaço de água em movimento,
 enquadrado por meu estar demorado, aprendo: 
 o mar não se repete. 
 me captura a textura do mar, como se eu pudesse ver 
 o vento
 não vejo.
 olho fixamente para o mar, desisto:
 minha compreensão do mar é um palpite,                   
 intuo o mar
 entendê-lo é assim
 imediato.